Análise Especial Ponte Preta: quando uma festa (merecida!) vira uma oportunidade perdida

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A Ponte Preta é clube histórico. Diferenciado. Tem braços abertos para todos. Atencioso com demandas e acontecimentos da sociedade ao longo das décadas. Agremiação centenária conectado com tendências.

Para alguns, luta contra o racismo é moda.

Para o torcedor da Alvinegra é conduta de vida. Assim como abrir espaço às  mulheres e minorias em postos de comando. Um lugar em que os pobres e desvalidos não são deixados de lado.

Ou seja, de quem é moderno a exigência é que tenha percepção do que está ao redor. Diante disso, impossível esquecer os acontecimentos realizados após a vitória sobre o Londrina. Emocionante, dramática. Uma catarse para uma torcida sofrida.

Quem é cidadã. Vive o Brasil na sua plenitude. Não vou pelo rumo da condenação sumária. Somos humanos. Incoerentes, conflituosos, falhos. Ninguém é perfeito.

Só lamento a oportunidade perdida. Chance de dar exemplo. De ficar na vanguarda. Veja a foto que ilustra este texto. Pense se jogadores e torcedores estivessem todos ou a maioria de máscara.

Uma mensagem clara de respeito ao esforço feito por autoridades em relação a Covid-19. Formule em sua mente a repercussão em veículos de comunicação. Pense como a imagem da Ponte Preta, que é um clube simpático, seria revigorada.

A Covid-19 pressiona. Retira vidas do nosso convívio. Apesar da eficácia comprovada da vacina, que derrubou o número de mortes. O saldo, no entanto,  de 567 mil mortes não pode ser apagado.

Você pode alegar: ah, mas outras torcidas já comemoraram com milhares sem máscara. Ou o risco de pegar o vírus é menor em ambientes abertos. Vários times já burlaram as regras em conjuntura igual.

Pois é.

Não cobro de quem faz tudo igual.

De quem é previsível.

Monótono.

Peço e cobro de quem é revolucionário, diferente, criativo. Daqueles que tem a cidadania no seu DNA. A Ponte Preta é assim.

Os três pontos conquistados mereceram a festa. Só que poderia ser muito mais impactante e inesquecível. Não seria um baile de máscara. Mas poderia ser uma bela celebração. Para a Ponte Preta e pela vida. Pena, não deu.

(Elias Aredes Junior-foto de Alvaro Júnior-Pontepress)