Análise: o Guarani tem e precisa dos torcedores conscientes que trabalham com a verdade. Alienação só conduzirá ao abismo

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Este artigo não é dirigido ao torcedor consciente, antenado e democrata do Guarani. Eles existem. São muitos. Milhares.  Lamentam o estado de abandono dos últimos anos, ficam inconformados com a ausência de presença na divisão de elite do futebol brasileiro e estão revoltados ao perceberem que a incompetência administrativa chegou a tal ponto que o complexo do estádio Brinco de Ouro precisou ser entregue para um empresário para evitar o desaparecimento.

São pessoas cansadas das disputas políticas do Guarani, do excesso de vaidade dos dirigentes, da ausência de ideias e de perceberem que o passado do clube, glorioso e pujante, foi maculado por uma série de desencontros e homens ineficientes na gestão. São pessoas inteligentes, articuladas, conhecedoras da história do clube. Merecem todo o meu respeito. Total respeito. Será a partir deles que o Guarani poderá sonhar com um futuro melhor.

Agora, o texto é dirigido a você, torcedor do Guarani, absolutamente e absurdamente infantilizado e alienado. Incapaz de discernir o que é a campanha de um time de futebol e os problemas administrativos. Adeptos de frases vazias, tacanhas, sem sentido como “não publique esta matéria para não tumultuar”. Isto tem nome: censura. Desejo de bloqueio a liberdade de expressão. É corajoso nas redes sociais em intimidar jornalistas, mas é incapaz de pensar e articular uma ideia, um projeto com começo, meio e fim.

Pressiona, intimida, avaliza atos de violência virtual, verbal e física e some na hora do sufoco. Sim, pergunto: em que lugar você se encontrava quando o Guarani sofreu diversos rebaixamentos e foi trucidado pela incompetência dos dirigentes? Fazia o que? Pensava em que?

Impor que jornalista só pode escrever assuntos positivos porque o time faz boa campanha na Série B é autoritário, ditatorial. Quer colocar uma cortina de fumaça no essencial: a reação na Série B é fruto e obra apenas e tão somente do técnico Felipe Conceição, sua comissão técnica e dos jogadores. Detalhe: e na época dos outros dois treinadores que deixaram o Guarani por oito (oito!) rodadas na zona do rebaixamento qual foi a providência que adotou? Mais: não adianta perseguir jornalistas nas redes sociais e sequer procurar ser sócio do clube para mudar questões que são estruturais.

Ah! E deixa eu dar um toque: se a pesquisa da Value Sports exibisse o Guarani em décimo lugar você reclamaria? Não, certamente não. Resumo da ópera: sua indignação é seletiva.

Infelizmente, este torcedor quer viver um mundo de faz de conta. Quer viver uma ilusão e achar que os jornalistas e setoristas devem viver o seu pensamento de “Mundo de Alice”. Engano.

O trabalho de Felipe Conceição é ótimo. Espetacular. Os jogadores se superam rodada após rodada. O acesso pode até acontecer. O futebol é de alta qualidade.. Mas será mérito deles. O clube ainda continua distante do ideal em relação aos concorrentes em termos de estrutura. Não quer aceitar? Repudia a verdade? Quer viver sob a mentira? Prefiro uma verdade dolorida que proporciona uma libertação no futuro do que viver uma mentira que me leva ao abismo. Os torcedores do Guarani conscientes desejam um futuro melhor construído em cima do pilar da verdade. E são esses que vão construir dias melhores. (Elias Aredes Junior)