Brinco de Ouro, 66 anos: a contagem regressiva para a destruição de um passado de glórias e vitórias. Infelizmente!

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Ao comemorar neste dia 31 de maio mais um ano de existência, o estádio Brinco de Ouro parece viver uma contagem regressiva. Diante da decisão judicial que beneficiou o empresário Roberto Graziano em troca de quitações de dividas trabalhistas, todo o bugrino coloca em sua mente o dia que tudo será passado e uma nova história será concluída na nova arena.

Quem entra no estádio e verifica suas instalações deficitárias não sabe a dimensão do local e seu protagonismo na história do futebol brasileiro.

Em termos nacionais, foi palco de disputa de duas finais de Campeonato Brasileiro, sendo uma contra Palmeiras e outra contra o São Paulo. Brinco de Ouro palco de um embate épico em 1982 quando o Flamengo de Zico venceu por 3 a 2 o Guarani de Jorge Mendonça.

Sem contar o amistoso da Seleção Brasileira contra a Bulgária em 1990 e acessos conquistados em 2007, 2008, 2009, 2011, 2016 e 2018. Em cada partida, uma história particular para ser contada e relembrada para amigos, país, netos e todo aquele que respira futebol.

Interessante é que na atualidade dirigentes que passaram pelo Brinco de Ouro passaram a defender o local como algo a ser descartado. Ou seja, não há melhorar. Temos que vender e assim viver nova vida.

Não consigo aceitar tal teoria. Por vezes, o passado é a senha para construir o presente e desfrutar o futuro. Clubes como Joinville, Criciuma e Botafogo de Ribeirão Preto não pensam em se livrar de seus estádios. Pensam em melhorar. Deixar um local para uma nova história. Que o digam Athletico Paranaense e Internacional de Porto Alegre. E teve quem acreditasse no conto da Arena e voltou ao aconchego para sobreviver. Vide o Náutico, agora com seus jogos no estádio dos Aflitos e com Arena Pernambucano em segundo plano.

Hoje é dia de comemorar os 66 anos do Brinco de Ouro. Mas também de lamentar que os homens de gabinete não tiveram criatividade suficiente para renovar os votos de um caso de amor que nunca decepcionou o torcedor, seja ele sentado no tobogã ou na vitalícia.

(Elias Aredes Junior)

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