Encerramento na Série A do Brasileirão. O futebol campineiro novamente como espectador. Até quando?

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São 19h56 de quinta feira quando escrevo este texto. Não é um dia qualquer. É a rodada final do Campeonato Brasileiro. Um dos mais difíceis do mundo. A elite do futebol nacional. Um dos grupos seletos mais restritos do planeta. Você fazer parte da divisão de elite com 20 times em um país de 66 milhões como a Inglaterra tem uma dimensão; alcançar um pelotão futebolístico inserido em um país continental com 200 milhões de habitantes tem uma carga de responsabilidade  maior. Muito maior

Nascido em Campinas, fico inconformado que uma cidade de 1,2 milhão de habitantes, um das principais praças financeiras e tecnológicas do país, encontrar-se excluída do processo. Pior: parece que caminhamos para o conformismo. A Ponte Preta entrará no seu quarto ano na Série B. O Guarani visitou a Série A pela ultima vez em 2010.

O tempo passa, avança e a pauta não muda: cobramos melhoria de infraestrutura, capacitação de dirigentes. Nos dois clubes, se saímos da nota 3, avançamos para 5 ou 6 a comemoração é efusiva; enquanto isso, o Ceará investe pesado, o Fortaleza idem e rebaixados como Goiás podem falar que dão melhores condições de trabalho. Será que é isso que desejamos? Precisamos nos contentar com tão pouco?

Enumeramos desculpas: a Lei Pelé matou o interior paulista, quando era mata-mata a chance de colocação era plausível, etc, etc. Um disfarce para esconder o principal: paramos no tempo. Tivemos alguns lampejos de protagonistas nas décadas de 1970 e inicio de 1980, vivemos boa parte da década de 1990 como coadjuvantes e somos no Século 21 figurantes de um setor do entretenimento em constante mutação.

Assistimos tudo do lado de fora. Que essa rivalidade existente em cada rua ou esquina de Campinas sirva para que o dérbi um dia seja disputado no palco de sua dimensão: a Série A do Brasileirão. Chega de olhar para vitrine.

(Elias Aredes Junior)