Guarani: um protagonista que decidiu ser coadjuvante na Série A-2

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O Guarani está a uma vitória do grupo de classificação na Série A-2 do Campeonato Paulista. Tem os mesmos 23 pontos do União Barbarense, mas está na nona posição porque tem seis vitórias enquanto o oponente tem sete. Apesar de contabilizar  três vitórias na condição de anfitrião (contra Batatais, Votuporanguense e Portuguesa) em sete confrontos no Brinco de Ouro não é díficil imaginar novos triunfos contra Juventus e Independente nesta semana e na última rodada contra o Barretos, atualmente integrante do G-8. O Alviverde somaria, no minimo, 32 pontos após 19 rodadas e certamente participaria da luta pelo acesso.

Só existe um quesito em toda a história e é preciso abordar: a campanha é decepcionante. Não pela pontuação, dado o equilibrio da competição. O problema é que, antes do começo da Série A-2, tanto Pintado como integrantes da diretoria venderam ao torcedor bugrino a ideia de que seria um passeio a busca pelo acesso. Afinal, tudo aconteceu dentro dos conformes: tempo de preparação, chegada de reforços relevantes, mobilização da torcida e espaço para jogos-treinos. Não havia como dar errado.

Em alguns trechos do campeonato deu muito errado e quase colocou tudo a perder. Derrota em casa para o Paulista e os empates no Brinco de Ouro diante do Taubaté e do Rio Branco, ambos por 1 a 1, não pemitiram arroubos de esperança. Pior: colocou um sentimento de dúvida no torcedor. Uma falta de confiança sobre o dia seguinte.

No fundo, no fundo, o torcedor bugrino esperava um desempenho do Guarani próximo daquilo que exibem São Caetano, atual líder com 30 pontos e o Bragantino, com 29 pontos e vice-líder. Os dois times exibem predicados interessantes: times bem entrosados e técnicos tarimbados, como é o caso de Léo Condé no Braga e Luis Carlos Martins na equipe do ABC. Sem contar os jogadores com potencial de decisivo, como o goleiro Felipe do Bragantino e o armador Neto do Azulão.

O Guarani tinha tudo para fazer papel similar. Afinal, tem um técnico renomado -Pintado – e jogadores do calibre de Fumagalli, Max e Flávio Caça Rato. Talvez a falta de padrão tático de uma rodada para outra explique a campanha irregular.

O Guarani pode classificar? Sim tem totais condições até porque o único jogo na condição de visitante será contra o Atlético Sorocaba. Pode fomentar uma reação e chegar na fase de mata mata credenciado a subir, apesar dos erros de concepção e de escalação do técnico Pintado e alguns jogadores com produção irregular. Por outro lado, tanto Bragantino como São Caetano podem decepcionar na hora H. É do futebol.

Mas é impossivel ignorar que para quem esperava um Guarani com cara de protagonista é desolador ver o seu desempenho colado mais a figura de um mero coadjuvante.

(análise feita por Elias Aredes Junior- Foto Rodrigo Villalba-Memory Press)