Ponte Preta e a realidade: a torcida merece um futebol melhor e resultados que combinem com sua história

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Informação pode ser uma benção. Ou uma maldição de proporções inimagináveis. Queiramos ou não, a atual Diretoria Executiva da Ponte Preta, comandada por Marco Antonio Eberlin, vive neste inferno. Você conversa com qualquer defensor da atual administração e eles vão citar as diversas medidas tomadas no campo de gestão.

A reforma do alojamento do estádio Moisés Lucarelli, a revitalização do estádio Moisés Lucarelli e a última vitória na Justiça Trabalhista que possibilitou o pagamento da dívidas. Lógico que são pontos positivos. Evidente que são avanços. Mas tais requisitos na hora da análise do futebol atual não vale quase nada.

Por que?

Vamos explicar.

Primeiro que quem faz  a cobertura jornalistica tem muito mais um espirito boleiro do que uma conotação critica. E a torcida pega no embalo. Ou seja, importa o resultado do campo, do gramado. Interessa  é a bola entrar. Se você for campeão com um clube destruido, sem estrutura e com perspectiva de deixar o clube com petição de miséria, talvez você entre para a história como herói.

Se for alguém preocupado em deixar o clube em ordem e os resultados no gramado forem decepcionantes, pode apostar: você será um pária. O reconhecimento, se viver, só depois da morte.

Exemplo? Marcelo Miranda, presidente do Internacional na década de 1990 e que abriu o caminho para o Colorado virar uma máquina de ganhar títulos e que culminou com o título mundial de 2006 diante do Barcelona. É o futebol como ele é e não como eu quero que seja.

Direto ao ponto: apesar dos esforços e as conquistas nos bastidores, a administração de Marco Antonio Eberlin é uma decepção no gramado.

Quem diz isso?

Os resultados.

No Campeonato Paulista, um rebaixamento e depois a conquista da Série A-2, que produziu alegria com ares de obrigação. Na Série B, em 2022, os 49 pontos acumulados deixaram uma sensação de tensão. Neste ano, são 31 pontos em 26 jogos. Detalhe: nenhuma rodada dentro do G-10.

Vai cair?Não. Não vai. Só que poderia ser melhor. Na Copa do Brasil, a ausência é sentida por toda a torcida.

Quando o balanço vai para o dérbi, a queda de produção é evidente. No seu mandato como presidente, Eberlin disputou cinco clássico, com duas derrotas,( uma no Campeonato Brasileiro e outra no Paulista). Outros dois empates foram contabilizados e uma vitória no segundo turno do ano passado. O aproveitamento é de 33,3%.

Se for comparado com o periodo anterior, quando o clube foi comandado por José Armando Abdalla Junior e por Sebastião Arcanjo, o Tiãozinho, o quadro fica pior para Eberlin. Em 11 clássicos disputados, a Macaca conseguiu cinco vitórias da Macaca, sendo quatro no Majestoso. Outros quatro empates foram verificados e duas vitórias do Guarani. Aproveitamento de 57,57%. Os dados foram apurados e publicados por Nagato Pontepretano no X, o novo nome do Twitter.

Não sou eu que aponto o desempenho ruim. São os números. Tem problemas administrativos? Vários. Mas na outra administração também existia. Lógico que longe daquilo que existe hoje, mas também existia. E no periodo de quatro anos, pelo menos em 2018 e 2021 a campanha na Série B permitiu sonhar com acesso em algum momento. E agora? Sim, é cedo para tirar qualquer conclusão com menos de dois anos de gestão. Mas a tendência é preocupante.

Não tem jeito? Precisa de mais tempo para tornar a Macaca em um time mais competitivo? Então, chegue e fale sobre a necessidade de um longo periodo de transição. O que fica dificil aceitar é ver tudo cair de padrão e nenhuma justificativa ser feita. Não é. Ao fazer uma adaptação da frase de um ex-presidente da Presidente eu afirmo: “Tem que melhorar isso aí”.

(Elias Aredes Junior com foto de Marcos Ribolli-Pontepress)