A Ponte Preta aguarda os desdobramentos dos gabinetes. Ainda não sabe se voltará ao gramado do Paulistão ou se tudo ficará para o Brasileirão. Fato é que um estrago já está feito. Qualquer torcedor pontepretano minimamente consciente já sabe que o elenco sofrerá profundas modificações.
Ou você confia de que esses jogadores podem ficar entre os quatro primeiros colocados da Série B? Até podem. Concordo. Mas se acontecer será uma surpresa de grandes proporções.
O histórico da Série B demonstra que a primeira parte da temporada é reservada não para uma espécie de laboratório, mas a construção de uma base titular. É difícil uma equipe montar dois elencos em menos de um ano e conseguir êxito.
Exemplo: pode até não acontecer nada, mas desde já o América Mineiro é um dos favoritos ao acesso. Ficou por um triz no ano passado e só trocou de técnico porque Felipe Conceição recebeu boa proposta do Red Bull Bragantino. A diretoria do Coelho manteve a base do ano passado e fez contratações pontuais. Consequência: ótimo desempenho no Campeonato Mineiro.
Na Ponte Preta foi tudo ao contrário. Jorginho entrou em litigio com a diretoria anterior, Gilson Kleina chegou e não acertou o time e o saldo foi a 11ª colocação com 47 pontos. Pior: no turno final somou apenas 20 pontos, um a mais do que Vila Nova, Criciuma e Londrina, todos rebaixados.
Vem o Paulistão, nova reformulação é feita sob o comando do colegiado de futebol, que tinham Gilson Kleina e Gustavo Bueno como integrantes. Novo gosto amargo. Em 10 partidos, oito pontos somados e zona do rebaixamento.
O lateral-esquerdo Ernandes, o armador Camilo, os zagueiros Rayan e Luizão e o volante Neto Moura já foram confirmados. Uma nova tentativa de acerto. Talvez o problema não sejam os ingredientes e sim o cozinheiro. Resta saber se o dono do restaurante já percebeu.
(Elias Aredes Junior)
