Ponte Preta na Série B: o mordomo não é culpado por todos os erros

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Em determinados momentos a análise precisa ser a mais ponderada que de costume. Não dá para ter acesso de raiva e eleger todos como culpados.

A Ponte Preta tem 25 pontos somados e está no fio da navalha. Precisa vencer o Guarani de qualquer jeito para afastar a ameaça de rebaixamento.

Culpados? Não existem culpados e sim responsáveis pela situação e que já falamos aqui por diversas vezes. Quem deve ser cobrado por uma reação? Neste requisito é que devemos nos debruçar.

Em relação ao presidente Sebastião Arcanjo, sua diretoria executiva e os comandantes do Departamento de Futebol já descrevemos o necessário: infelizmente não mostram competência. Montaram um elenco ruim e de qualidade técnica duvidosa. E é com essa galera que a Macaca terá que escapar do rebaixamento.

Elenco, aliás, que tem um comportamento dubio: faz um protesto contra a diretoria executiva por não deixar em dia os salários e direitos de imagem. Como? Ao negar entrevista aos veículos de comunicação.

Mas esses mesmos jogadores concedem entrevistas aos veículos oficiais do clube, que no final, é a instituição que lhes devem. Incoerência maior não existe.

Só por essa atitude dá para se verificar que o elenco tem um comportamento conflituoso e instável. E que exige da comissão técnica um exercício constante de malabarismo e de administração de relacionamentos e convívio.

Nesse ponto que eu quero chegar. Vou falar antes porque o derbi é imprevisível e uma derrota pode colocar a Comissão Técnica como vilã da história.

Pergunto: será que é mesmo? Gilson Kleina neste período convive com um elenco com essas características e de quebra precisa lidar com a turbulência política, a ineficiência administrativa e uma torcida que, com razão, não admite uma queda para a terceirona.

Kleina tem limitações? Tem. Assim como eu, você, qualquer ser humano. Mas Kleina neste periodo montou uma defesa mais estável apesar de jogadores limitados como Cleylton e Ednei; formatou um contra-ataque veloz com Moisés; Enfatizou o trabalho da bola parada, seja em chutes diretos ou no levamento na área; e fez com que o time largasse a dependência de Camilo.

Você dizer que é pouco.

Ok, vou respeitar. Mas tente fazer tudo isso em um ambiente conturbado e com subordinhados com comportamento instável. Não é pouco. Mais: se o torcedor elogiou o desempenho contra o Cruzeiro é porque o time tem um algum lastro de treinamento não é mesmo?!

Está na hora de pararmos de considerar que o mordomo é sempre o culpado. A vida não é romance policial.
(Elias Aredes Junior-Com foto de Bruno Haddad-Cruzeiro E.C)