Ponte Preta: para presidente da Pluri Consultoria, projeto de clube empresa é a última chance para subir de patamar

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Para conseguir êxito em futuro processo de transformação do modelo associativo para clube empresa, a Ponte Preta deveria nutrir cuidado em escolher os potenciais investidores, que certamente vão reivindicar poder de decisão no departamento de futebol profissional. Essa é a visão do presidente da Pluri Consultoria, Fernando Ferreira, que falou sobre o tema para a reportagem do Só Dérbi.

Na terça-feira, dia 21, o presidente da Sports Valeau, Amir Somoggi, afirmou que não há como tirar o presidente de honra, Sérgio Carnielli do debate em razão da dívida de R$ 101 milhões que o clube tem com ele.

Segundo Fernando Ferreira, o debate não pode ser ignorado pois a conjuntura pede uma solução urgente. “Esta é a ultima oportunidade que existe para uma mudança de patamar no futebol brasileiro”, disse. “Todos estão em movimentação e quem chega antes bebe água limpa. Posso dizer que hoje boa gestão já não é mais vantagem competitiva. É uma obrigação”, analisou Ferreira.

Pela sua análise, quando o Flamengo implementou o programa de racionalização econômica, em 2013, a partir do instante que os frutos foram colhidos, uma vantagem foi estabelecida sobre os adversários. “Assim que vários clubes tiverem parceiros fortes, isto deixa de ser uma vantagem competitiva. Só vai evitar que o clube caia”, completou.

A hora da análise de quem estabelecer parceria será fundamental, na visão de Fernando Ferreira. Esquecer dicas daqueles que sugerem parceiros de procedência acima do bem e do mal é um conselho dado pelo empresário. “É preciso saber com quem se aliar. Existe uma infinidade de empresários, intermediadores e gente que não é do ramo e que vende intermediação”, reclamou.

Três perfis de investidores receberam sua atenção. O motivo é que são característicos para atrasar o processo de debate nos clubes

Na sua visão, os investidores russos são pouco qualificados e muitos ficam envolvidos em episódios controversos e polêmicos, o que prejudicaria o clube em médio e longo prazo. Investidores árabes, por sua vez, não querem o Brasil porque o foco encontra-se em adquirir clubes com patente e prestigio, como o Manchester City e o Paris Saint Germain. Os chineses patrocinaram aquisições até 2017 e tudo foi freado devido a uma política de estado que focou os investimentos dentro do país.

Dentro deste contexto, qual seria a alternativa para a Ponte Preta ou qualquer clube brasileiro? Para Ferreira, a mina de ouro está nos Estados Unidos. “Nos Estados Unidos, o mercado está perto da saturação. E eles têm conhecimento e experiência em diversos esportes”, afirmou.

Para ter acesso a “porta mágica” do entretenimento no capitalismo, alguns preceitos não podem ser esquecidos segundo Fernando Ferreira. “Eles precisam ter capacidade de decisão, assim como o Red Bull tem no Bragantino”, arrematou.

A Ponte Preta começa a discutir a questão do clube empresa na reunião do Conselho Deliberativo neste sábado no Salão Nobre do estádio Moisés Lucarelli.

(Elias Aredes Junior)