Ponte Preta: quem vai assumir a bronca na hora do sufoco?

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A atuação da Ponte Preta contra o CRB foi preocupante. Não só pela derrota por 2 a 0, pelo reaparecimento da irregularidade e pelas atuações deficientes de atletas como João Vitor e Júnior Santos. O que trouxe o sinal vermelho definitivamente para o cotidiano de jogadores e integrantes da Comissão Técnica é que o time foi dominado por uma equipe que até a rodada anterior encontrava-se na zona do rebaixamento. O vigor exibido contra Criciúma e Brasil de Pelotas desapareceu. Parece que o combustível terminou e não há mais saída.

Pior: as próximas rodadas reservam confrontos contra os ponteiros, equipes que lutam diretamente pelo acesso, como Figueirense e Fortaleza. Ou seja, o jogo de sexta-feira deixou a impressão de que os 14 pontos podem ser uma miragem e que a luta da Macaca será no setor inferior da classificação.

Não dou a situação como definitiva porque existe espaço para reviravolta. Neste caso, a bola está com a diretoria. Não há como adiar a contratação de reforços. Os desfalques de Danilo Barcelos e Tiago Real exibiram, de modo cabal, a ausência de opções. O cobertor só cobre a cabeça e corpo do time fica exposto.

Apesar da ânsia de alguns, sinceramente não vejo motivo para fritar Brigatti. Ele pegou o barco em andamento, com limitações e obteve vitórias importantes. Como extrair mais diante de tamanha limitação?

A torcida tem que fazer sua parte. Protestar e pedir reforços, sim. Cobrar mais atitude da diretoria, óbvio. Sem fritar Brigatti. Alguns pontos ainda devem ser esclarecidos antes de cobrar o ex-goleiro.

Exemplo: quem responde pelo Departamento de Futebol na ausência de Ronaldão? Por que o novo gerente de futebol até agora não deu uma declaração sequer a imprensa? E Tiãozinho? Fará como Abdalla e vai conversar com a torcida? Será que o presidente deveria acompanhar a Copa in loco?

Culpar Brigatti pela má fase da Ponte Preta é como demitir uma trabalhadora doméstica antes de começar o serviço em uma residência bagunçada. É hora de outros personagens se mexerem. Antes que seja tarde.

(análise feita por Elias Aredes Junior)