Ponte Preta, Rafael Longuine e o ódio de (pequena) parte da torcida que abre mão da reflexão e do raciocinio

1
3.851 views

O artigo opinativo sobre o papel de Rafael Longuine fez o ódio extrapolar nas redes sociais. Respostas desprovidas de educação, ausência de argumentos e debate pobre. Torcedores da Ponte Preta perderam uma chance de ouro de discutirem um tema pertinente iniciado pelo texto publicado pelo Só Dérbi.

Uma pergunta é necessária: quem está satisfeito com a produção exibida pela Ponte Preta no gramado? Duvido que alguém esteja feliz. Seja com Jorginho ou Gilson Kleina, a equipe padece de organização no meio-campo, erra passes em demasia e por vezes abusa da ligação direta. Um horror. Fica explicita a dependência de uma conclusão de Roger, uma arrancada de Camilo, entre outros expedientes. Arrancada? Toque diferenciado? Esqueça.

No período de recuperação de Rafael Longuine no Departamento Médico, Jorginho disse por inúmeras vezes que o time deveria esperar por Longuine pelo tempo que fosse preciso. Por que? Porque Gerson Magrão, Matheus Vargas (agora no Fortaleza) e Vinicius Zanocello não oferecem instrumentos suficientes para produzirem jogadas de modo uniforme os 90 minutos. E quando Longuine entrou? Você vai negar que ele pelo menos arquitetou jogadas diferenciadas? Pois é.

Limpe o ódio que escorre no canto de sua boca, abra mão da selvageria irracional que permeia o futebol nacional e raciocine.

Não há armadores de qualidade no mercado. Tanto que a reposição de Matheus Vargas será feita com Léo Mineiro um típico volante. Por incompetência da diretoria de futebol profissional, não conseguem arrumar algum armador escondido no interior do Brasil e que possa fazer a diferença. Lembram quando Renato Cajá chegou em 2008 e estava perdido no interior do Brasil? Isso não se vê mais na Ponte Preta. Infelizmente.

Acrescente finanças combalidas, um elenco com parcas opções e conclua: ou Rafael Longuine entra em campo e produz um futebol satisfatório ou a possibilidade de acesso fica mais distante. Não porque ele seja um extra-classe mas pelo fato de atletas com suas caracteristicas sejam raros.

Repito: ao invés de pensar em palavras e atos violentos contra quem apenas propõe um texto de reflexão sobre futebol, aproveite o tempo e raciocine de modo saudável e com conteúdo sobre aquilo que a Ponte Preta produz no gramado.

(Elias Aredes Junior)

1 Comentário

  1. O ex-treinador Mazolla Jr. disse em entrevista “quando Longuine entrar no time, o time vai ganhar muito em qualidade”, pois bem, Mazzola foi demitido sem nunca ter visto Longuine jogar sob seu comando. Veio Jorginho e Longuine finalmente entrou em campo, mas não disputou mais que 10 partidas.

    Se for ver em termos de custo / benefício Longuine é prejuízo não só financeiro, mas técnico, pois nenhum treinador tem a segurança de poder tê-lo em campo, um dia ele joga, no outro não joga, volta e fica mais 3 jogos fora, etc. Visto que não há perspectivas no momento do quadro médico dele evoluir, não entendo o porquê que não contrataram outro jogador em seu lugar antes da Série B começar quando havia mais opções disponíveis.

    Essa é a típica situação de jogar a bomba no colo do treinador dizendo “se vira aí”, se o time perder 3 jogos seguidos, vão lá e demitem o treinador. Então pra não serem demitidos, o que tem feito os treinadores, montado times esperando marcar gol quando o time adversário erra e não indo ao ataque provocando o erro do adversário, por isso vemos esse monte de 1 x 0 e 0 x 0, depois que marca gol o time se fecha todo e todos saem falando a besteira de “soubemos sofrer”.