Ponte Preta, Série B e a resistência em relação a figura do Executivo de Futebol

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O tema deste artigo não entra em campo. Veste terno e gravata. Geralmente tem fala mansa e tem um procedimento educado com os seus interlocutores. Sim, estamos falando dos executivos de futebol. Eles estão em todos os clubes do Brasil.

Pedro Moreira foi contratado para ser gerente de futebol no Botafogo de Futebol e Regatas. O rival Guarani passou as ultimas 48 horas em busca de um executivo de futebol. No Internacional, Paulo Autuori assumiu a função de diretor técnico enquanto que William Thomas é o executivo de futebol. Já colhem frutos com a boa campanha no Campeonato Brasileiro.

No líder Cruzeiro, Pedro Martins saiu da Federação Paulista de Futebol para comandar o time de propriedade de Ronaldo Nazário. Atualmente na sétima colocação da Série B, o Criciuma montou o seu elenco com o auxilio do executivo de futebol, Juliano Camargo. E detalhe: o Criciuma ainda é uma Associação sem Fins Lucrativos. Por enquanto não é uma Sociedade Anônima do Futebol.

Recentemente, em entrevista ao Brasil Esporte Clube, ao contar o processo que levou a Portuguesa à primeira divisão do futebol paulista, o executivo de Futebol da lusa, Toninho Cecílio, revelou que tem um cadastro com mais 1.500 jogadores de todo o Brasil. Tem a biografia e a caracteristica de cada um. Não abre mão deste trunfo.

Eu poderia passar horas e horas aqui enumerando benefícios do Executivo de Futebol. Tem gente mal intencionada? Deve ter. Assim como existem jornalistas de péssimo carater assim como juristas, arquitetos, advogados, pedreiros, carpinteiros, motoristas de aplicativo, médicos…a maldade humana não é monopolizada por ninguém.

A cada dia que passa fica cada vez mais incompreensível a ausência de um executivo de futebol na estrutura de futebol da Ponte Preta. Sim, os defensores da atual administração, comandada por Marco Antonio Eberlin vão enumerar diversos fatores que atrapalham a campanha da Ponte Preta: a perda de pontos para Novorizontino e Londrina, o bloqueio costumeiro de contas acionado por ex-dirigentes, a incidência de Covid antes da estreia no Campeonato Paulista, etc. Tudo isso é verdade. Certamente são fatores que atrapalharam a Ponte Preta.

Mas também é verdade que a Ponte Preta enfrentou tempestades maiores no passado e soube se safar. Exemplo disso, já citado aqui, é em 2003, quando os recursos ficaram escassos, os atrasos de salários se transformaram em rotina e Marco Antonio Eberlin, diretor de futebol, no final teve que fazer as tripas o coração para salvar o time. Mas salvou.

Excetuando-se estes fatores precisamos lidar com fatos concretos. Hoje, sem Executivo de Futebol e com Eberlin no comando do futebol e com Luis Fabiano como coajdjuvante a metodologia de trabalho não produziu bons resultados no gramado.

Tire as conjunturas descritas e que vai sobrar para a história é que a Ponte Preta, sem executivo de futebol, caiu para a Série A-2 e na atual edição da Série B, o desempenho é sofrivel e a possibilidade de rebaixamento é real.

Ou seja, não temos certeza que com executivo de futebol o sucesso poderá aparecer. Mas podemos afirmar com certeza que sem executivo de futebol, o fracasso é um fantasma real e presente.

Não sou eu que digo. É o gramado. E vou além: mesmo se escapar do rebaixamento, certamente uma profunda reformulação terá que ser empreendida. De preferência com um executivo de futebol no comando. Que a Ponte Preta não lute contra as evidentes. E faça a devida adaptação ao futebol praticado e administrado no século 21.

(Elias Aredes Junior)