Reflexões sobre uma arbitragem calamitosa que retirou dois pontos da Ponte Preta

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Qualquer torcedor pontepretano deve e pode ficar indignado com a absurda decisão da arbitragem que deu o pênalti ao Vila Nova e que na prática tirou dois pontos da alvinegra. Decisão injustificável.

Eu diria ridicula.

Que coloca sob xeque o mecanismo do árbitro de vídeo.

Agora, não podemos analisar fatos isolados sob um contexto limitado. Tudo é fruto de uma cadeia de fatos interligados. Conectados. Você pode discordar, mas a minha função é essa: analisar sobre uma premissa ampla e buscar os fatores que levaram a esse estado deplorável.

. Não é a primeira vez que a Ponte Preta é prejudicada no campeonato. Só no primeiro turno, os confrontos contra Avaí e Náutico se constituem em um compêndio de infrações e decisões que no final tiraram pontos da Macaca.

Apresentado o fato o que deve fazer um dirigente?

Procurar a Confederação Brasileira de Futebol  e exigir isonomia. Hoje isso é possível.

Por que? Antes, os árbitros eram indicados por sorteio para obedecer legislação. Concedia lisura ao processo, mas dificultava o ajuste quando aconteciam erros. Hoje, todos são escalados. O dirigente tem mecanismos para retirar determinados árbitros de escala ou pedir a presença de profissionais qualificados.

É nesse ponto que muitos não querem aceitar.

Falta força política para a Ponte Preta. Em um futebol mercantilista e com exigência de habilidade política, em momentos decisivos, a Macaca fica sem respaldo.

Todos os jogos na Série B são importantes.

Mas alguns têm peso maior. Vamos a prática: quando venceu o Sampaio Correa por 3 a 2, a Ponte Preta sabia que o árbitro de vídeo era Igor Junio Benevenuto de Oliveira, que tem chancela da Fifa; no dérbi 201, se existia Carlos Eduardo Braga no comando do VAR, o arbitro de campo era Marcelo de Lima Henrique, que hoje ostenta categoria master, mas já foi árbitro Fifa de 2008 a 2014.

No triunfo contra o Brasil de Pelotas, o árbitro de vídeo era Rafael Trasci. Particularmente, não gosto do seu estilo de trabalho.

Tanto que demorou para anular dois gols da Ponte Preta(com justiça ). Mas tinha lastro. Por mais que discorde ou ache ele ruim, Trasci tem capacidade para evitar erros grosseiros.

E o árbitro Paulo Roberto Alves Junior tinha como um dos Bruno Boschilla, que tem a chancela da Fifa. Ou seja, jogos importantes e que, de um jeito ou de outro a qualidade estava presente. Ou o carimbo de que existia experiência e lastro contra injustiças.

Agora, vamos para o jogo deste sábado. O Vila Nova tinha 33 pontos; a Ponte Preta tinha 32. Ambos de olho na luta contra o rebaixamento. Ou seja, partida vital. E existia algum quadro de destaque no gramado e no VAR ? Não, não existia.

Basta uma pesquisa para ver que o risco de lambança existia, pois nenhum deles tinha a chancela da Fifa. E uma falha cometida também por nós, jornalistas que deveríamos ter alertado para tal risco.

Resultado: a Ponte Preta perdeu dois pontos. Em grande parte pela incompetência da arbitragem, mas também porque faltou articulação política ou força e influência nos bastidores para evitar o pior. De reforçar a necessidade junto a comissão de arbitragem de escalar profissionais gabaritados diante do tamanho da partida.

Falta de voz que, indiretamente é admitida pelo executivo de futebol, Alarcon Pacheco. “Sofremos bastante no início sem VAR e agora continuamos a sofrer com o VAR. Vamos buscar apoio na Federação Paulista de Futebol para termos soluções da CBF. Não é possível passar uma situação dessa: jogamos, trabalhamos, fizemos um jogo difícil e que sabíamos que ia ser complicado. E no final fomos prejudicados por um cidadão que tenta manchar e macular nosso trabalho”, afirmou.

Perguntar não ofende: a Ponte Preta já foi prejudicada em outros jogos da Série B. Só agora vai buscar apoio na Federação Paulista? Só por essa declaração verifica-se de que o penalti para o Vila Nova é grave, mas não é causa. É consequência. Basta raciocinar.

(Elias Aredes Junior-foto de Alvaro Junior-Pontepress)