You Tube inaugura nova modalidade de direitos de transmissão no Paulistão. O futebol campineiro está preparado?

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A Federação Paulista de Futebol anunciou nesta segunda feira o fechamento de um acordo com o You Tube. Será a única plataforma que vai transmitir de maneira gratuita os jogos. Será um jogo por rodada da fase inicial, uma partida das quartas de final, uma semifinal e os dois jogos finais.

Como venceu neste ano o contrato com a Rede Globo , de acordo com o site Noticias da TV ainda estão disponíveis os pacotes de TV aberta, tv fechada e o pay per view. Detalhe: nada impede que a chamada “Venus Platinada” faça uma nova proposta e adquira os pacotes.

Os 16 clubes e a própria Federação Paulista de Futebol entraram em uma roleta. Se tudo der certo pode ser que a soma de todos os pacotes proporcionem uma quantia maior aos clubes gigantes, pequenos e médios. Seria o melhor dos mundos.

O efeito contrário não pode ser descartado.

Basta recordar o que foi registrado no Campeonato Carioca recém-terminado. Entre assinantes e patrocinadores, a estimativa era de uma arrecadação R$ 50 milhões. O faturamento bruto ficou em R$ 36 milhões. A receita foi de R$ 30 milhões líquidos. Pior: boa parte destes recursos não chegaram aos clubes médios e pequenos em virtude de taxas e impostos. O paraíso não é tão róseo como pintam.

O Paulistão é mais atrativo? Tem equipes competitivas? Concordo. Mas nada pode ser descartado.

As condições econômicas incertas no Brasil podem produzir uma soma que fique abaixo do valor pago até hoje. Para Ponte Preta e Guarani, o valor é de R$ 6 milhões. Hoje, é um belo negócio. É quantia para jogar no máximo 16 jogos enquanto que a Série B paga a mesma quantia por 38 rodadas.

Ponte Preta e Guarani são afetados diretamente. Precisam torcer para que tais negociações não afetem bruscamente o orçamento para 2022. As dificuldades para montar times ficaria ainda maior.

Algo deve ser dito: se as categorias de base dos dois clubes tivessem revelação sistemática e rotineira de jogadores de alta qualidade talvez a urgência de fontes de recursos não seria tão grande. Haveria o baque pela queda de recursos, mas seria assimilável. Na atualidade, o imprevisível prevalece.

A conjuntura mudou e a conta pode chegar. Tomara que os clubes campineiros tenham condição de suportar o tranco.

(Elias Aredes Junior)