O Guarani anunciou a chegada do zagueiro Didi, de 29 anos e pelas informações apuradas já ficou claro que sua capacidade de construção de jogo foi determinante para o aval do técnico Thiago Carpini. Tanto ele como superintendente executivo de futebol Michel Alves resolveram abraçar de vez a metodologia baseada no controle de bola e na rotatividade ofensiva mesmo que com sacrifício de algumas peças.
Não há como torcer o nariz. Reclamamos que não existe continuidade no futebol brasileiro e que seus treinadores pecam pela falta de conteúdo e variação. Carpini apresenta tudo isso e os frutos são notáveis. No segundo turno da Série B de 2019 o Guarani somou 28 pontos e escapou do rebaixamento. No Paulistão cumpriu sua missão com sobras ao acumular 16 pontos e ficar a quase um ponto da classificação ás quartas de final. Seu aproveitamento total de 50,5% deve ser celebrado.
Nada mais normal do que procurar atletas que não deixem a peteca cair. Apesar da consequência de diminuir o leque de opções. Explico: antes de contratar um bom jogador, Carpini procura gente que se encaixe em seu esquema de trabalho. O jogador terá que se encaixar na filosofia e jamais o contrário.
Contudo, talvez o principal motivo de reflexão seja o seguinte: não seria o caso de fazer uma integração com as categorias de base e fazer tais equipes jogar de maneira pelo menos parecida? Vou além: não se deveria pensar em formar profissionais para que, caso um dia Carpini alce novos vôos, a metodologia não seja interrompida?
São temas que podem e devem ser motivos para reflexão. Mas o principal não pode ser perdido: dentro do gramado o Guarani tem rumo. E isso deve ser celebrado. Sempre.
(Elias Aredes Junior- foto de David Oliveira- Guaranipress)