A quem interessa o caos que pode levar a Ponte Preta ao abismo?

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São sete jogos disputados. Três pontos somados. Quatro derrotas. Presença na zona de rebaixamento. O quadro da Ponte Preta é preocupante. Não se pode sequer pensar em disputar a série C em 2022. Seria um desastre financeiro e esportivo que não há como mensurar.

A torcida, dentro de seus limites deveria lutar com todas as forças para evitar um retrocesso de, no mínimo, cinco anos em termos esportivos. Uma pergunta salta aos olhos: a quem interessa o caos na Ponte Preta? Quem seria beneficiado por algo que dá poucos recursos e vitrine limitada?

Oposição? Esqueça. Por mais que sejam críticos e fiscalizem os atos da atual diretoria pontepretana, é fato que, em caso de vitória nas urnas, assumir um clube sem receita e com dívidas produziria um cenário que dificultaria uma possibilidade de redenção e bons resultados.

Da atual administração nem precisa dizer nada. Sem qualquer viés de ironia, me recuso a acreditar que a atual diretoria executiva quer o pior. Não quer. Ou alguém acha que o presidente Sebastião Arcanjo, o Tiãozinho, gostaria de entrar para a história da Ponte Preta como o primeiro mandatário que rebaixou no campo o time para a terceira divisão? Não tem sentido. Não há nexo.

Ninguém deseja protagonizar o caos, a destruição. Especialmente porque tal cenário abre espaço para que “salvadores da pátria” apareçam. Entabulam um discurso de reconstrução, com viés populista, injeta-se dinheiro para aplacar a fúria das redes sociais, até montam times competitivos em médio e longo prazo, mas posteriormente caem de novo na mesmice e o que é pior: sem resolver os problemas estruturais.

Para reencontrar seu caminho, a Ponte Preta precisa adotar duas medidas. A inicial é a de realizar uma mobilização de torcedores, dirigentes, jogadores e comissão técnica em torno de uma campanha digna na Série B. Posteriormente, na eleição de novembro, tanto a situação como a oposição firmarem um pacto de apresentarem um projeto de crescimento sustentado da Ponte Preta.

Nada de pendurar em construção de empreendimentos ou outras soluções mágicas e sim o estabelecimento de um planejamento que estabeleça um crescimento com começo, meio e fim. Sem arroubos. Sem promessas vazias. Desprovida de personalismo. Que pense na Ponte Preta. Se nada disso acontecer, o time pode até escapar mas o caos vai continuar a imperar. Para felicidade daqueles que vendem soluções fáceis.

(Elias Aredes Junior- foto de Álvaro Junior-Pontepress)