Criciuma muda tudo abruptamente e amarga rebaixamento; uma lição para ser aprendida pela Ponte Preta

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O Criciuma está rebaixado pela primeira vez na história no Campeonato Catarinense. Apesar de diferenças pontuais serem estabelecidas a história do Tigre deveria ser acompanhada com lupa tanto por situação como pela oposição da Ponte Preta.

Durante anos e anos, o time catarinense teve um mecenas: Antenor Angeloni. Dono de uma rede de supermercados, sua história no clube pode ser dividida em duas partes.

Na primeira foi presidente de 1978 a 1980 e depois assumiu em 2010 e teve seu mandato até 2015. Na prática, Angeloni, por intermédio de uma empresa, conduziu o futebol do Tigre e saneou as finanças, viabilizou a construção de um moderno Centro de Treinamento e chegou a disputar a divisão de elite do futebol brasileiro em 2014.

Um ano depois, Angeloni entregou o cargo e o seu sucessor foi Jaime Dal Farra que administrou a empresa formulada para tocar o futebol, mas não teve resultados expressivos. Pior: caiu para a terceira divisão nacional.

Entretanto, pessoas ouvidas por este jornalista asseguram que até dezembro de 2020 as finanças do tigre estavam em dia e sem nenhuma divida tanto com Jaime como com Angeloni.

Veio o atual mandatário, Anselmo Freitas, e a decisão de rasgar o cronograma de terceirização e voltar ao método tradicional de gestão e sob responsabilidade da agremiação. Segundo ele, tudo isso com “responsabilidade fiscal e administrativa”. Colheu o rebaixamento como prêmio.

O que fica evidenciado é que não existe formula certa ou errada e sim o modo correto de se aplicar. Assim como encontrava-se o Criciuma, a Ponte Preta está presa há anos sob uma administração paternalista e personalista sob o comando de Sérgio Carnielli, mesmo que ele esteja distante.

Uma metodologia que teve uma tonelada de erros e que deixou o clube na mesmice.

Sem melhoria ou construção de um novo Centro de Treinamento. Ou até a reformulação do Moisés Lucarelli.

Carnielli usou o seu poder de influência para indicar todos aqueles que lhe sucederam após ele ter sido afastado na Justiça. Márcio Della Volpe, Vanderlei Pereira, José Armando Abdalla Junior, Sebastião Arcanjo…ninguém sentou na cadeira presidencial sem a sua benção.

É por ter tal influencia que certamente o seu papel é relevante no dia a dia. E pode ser cravado com segurança: o desmame de sua ingerência no cotidiano pode gerar traumas se a transição não for bem feita.

Equivocado pensar que o custo de uma troca pode ser resultados ruins em curto e médio prazo e que não há como fugir disso. Não. O líder vislumbra e vou além: governa sob o signo da conciliação e da temperança, nunca da vingança ou de um sistema que flerta o autoritarismo.

Vou além: este cenário tem que ser pensado por qualquer um que esteja ligado a Ponte Preta, seja da oposição ou da situação. Essa ruptura será inevitável. Cedo ou tarde. Quem for a frente sem pensar nas consequências pode quebrar a cara. O Criciúma deu a deixa. Convém jamais ignorar.

(Elias Aredes Junior)