João Brigatti conhece como poucos os meandros do Moisés Lucarelli e os atalhos para disputar um dérbi. Afinal, é o terceiro goleiro com maior número de participações pela Ponte Preta – 202 jogos – e já atuou no principal clássico do interior brasileiro em cinco oportunidades.
Com experiência de sobra, o auxiliar revelou, em entrevista coletiva, que motivou os jogadores alvinegros durante a preleção. Para ele, a vitória começou a ser construída quando Bruno Nazário, meio-campista do Guarani, fez provocações nas redes sociais em alusão a um possível atropelo.
“Começamos a ganhar a partir do momento que o time daqui de baixo (em referência ao rival) e seus atletas não respeitaram a gente. Eu acho que tem que ter respeito de ambas as partes. Eles disseram que passariam por cima. Conversei sobre isso com o pessoal e ficamos quietinhos para mostrar o que é a Ponte Preta. Fomos muito valentes”, disse.
O ex-goleiro enalteceu a postura da equipe ao longo dos 90 minutos e a eficiência nos contra golpes. “O dérbi é uma partida muito especial, algo à parte do campeonato. Evidente que o objetivo é, aos poucos, fortalecer a equipe e fazer uma Série B e conquistar o acesso. Fizemos excelente partida, exploramos os contra ataques e conseguimos vencer. Poderíamos ter aproveitado a transição para matar o jogo. Todos estão de parabéns. Resgatamos a alegria e aquela garra. Isso, sim, é Ponte Preta. Entramos no campeonato”, comemorou.
Ídolo da Macaca e muito hostilizado no Brinco de Ouro, João Brigatti fez questão de compartilhar o mérito do resultado positivo com todos e pediu uma Ponte Preta vencer. “Na verdade, a participação aqui é de todos. Queremos ver um time vencedor, sempre forte e estamos começando a conquistar isso, independentemente de presidente, treinador e jogadores”, valorizou.
Um dos homens de confiança de Doriva, o profissional de 54 anos pediu para que a equipe mantenha a mesma pegada na competição e alertou para que os erros cometidos no dérbi sejam corrigidos para a sequência do ano. “Mesmo com o resultado satisfatório, não podemos relaxar. Houve várias falhas, principalmente no setor defensivo e bola alta em cima dos nossos jogadores. A gente precisa treinar muito e corrigir. Não é uma vitória como essa que vai esconder nossos problemas. Temos um Departamento de Análise competente para passar esses detalhes à comissão técnica. O mais importante é que a alegria e o alto astral voltaram. A confiança vale muito no Brasileiro”, encerrou.
(texto e reportagem: Lucas Rossafa/foto: Ponte Press)
