Tiãozinho e a luta da Ponte Preta pelo acesso: o discurso é um; a prática é outra. A prova de uma administração sem rumo

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A Série B está equilibrada. Acirrada. Todos estão em busca da vaga para a divisão de elite em 2021 e contratos de televisão que poderão render até R$ 60 milhões. O Avaí, que caiu no ano passado, sabia que o quadro saia de controle com Geninho. Demitiu o comandante e apostou em Claudinei Oliveira. De imediato, colheu vitórias diante de Ponte Preta e Sampaio Côrrea. Está vivo na luta.

E a Ponte Preta? O discurso é um; a prática é outra. Senão vejamos: após a derrota para o time catarinense, o técnico Marcelo Oliveira foi desligado enquanto que Gustavo Bueno também saiu. Imediatamente, o presidente do clube, Sebastião Arcanjo, o Tiãozinho, disse que Fábio Moreno seria o técnico interino e que ele seria o futuro da agremiação. E determinou que a prioridade nos bastidores: a busca por um novo executivo de futebol.

Opa, espera aí. Você tem ainda nove jogos para disputar. São 27 pontos em disputa. A Macaca tem 40 pontos. É difícil ? Sim. Complicado? Concordo. Sejamos práticos: quem teria mais chance de obter os pontos necessários? Um treinador tarimbado, conhecedor da divisão e com sede de vencer ou alguém com perfil de Fábio Moreno, que teve poucas chances na carreira como treinador? Nem precisa pensar muito.

As atitudes mostram que, contra a vontade do torcedor, a Ponte Preta jogou a toalha. Vai jogar a Série B para cumprir tabela. Lógico, o discurso é outro. Um bom observador verifica que as palavras são vazias. Quem quer algo se mexe e tenta algo, mesmo que seja contra a cartilha da boa governança.

Seria transparente e honesto que a diretoria executiva abrisse o jogo ao torcedor. Que não vê mais possibilidade de chegar a divisão de elite, que o foco é terminar de maneira honrosa a Série B e que o planejamento será iniciado imediatamente.

Pregar luta pelo acesso enquanto nomeia técnico interino e procura executivo no mercado é sintoma claro de discurso e atitudes desconexas. Pior: demonstra uma diretoria executiva sem rumo e perdida nas ações.

(Elias Aredes Junior)