Betão e Ygor Vinhas: trabalhos corretos e decentes enfrentam instantes de turbulência e correção. Linchamento deve ser repudiado!

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Todo trabalho merece reparo. Falhas precisam ser discutidas, analisadas e contextualizadas. Buscar compreender aquilo que leva a tomada de decisão. Ao personagem envolvido cabe assumir os riscos.

Qualquer torcedor ou analista estará em desvantagem em relação a qualquer personagem do mundo do futebol. Sempre. Técnicos, preparadores físicos e de goleiros tem uma gama de informações que embasam decisões. Mesmo que tudo dê errado no gramado existe uma razão para o caminho adotado. Não se iluda, na Ponte Preta não é diferente.

Beto Guastali é o preparador de goleiros da Ponte Preta desde 2019. Guindado a titularidade, é responsável direto pela descoberta e ascensão de Ivan. Se a Macaca vai faturar um belo trocado com o arqueiro, o trabalho de Betão tem participação direta.

Trabalho que é fruto de uma mistura de camaradagem, rigor profissional e padrão cientifico. Pesquisa incessante para buscar o potencial máximo de cada arqueiro.

Com a contusão de Ivan, um novo desafio foi colocado: deixar na ponta dos cascos Ygor Vinhas, até ali um reserva com boas participações em jogos esporádicos.

A bola rolou e Ygor Vinhas falhou. Vacilou em vários gols. Ficou na berlinda e a torcida queria sua cabeça. Indiretamente, todos queriam correr o risco de ver na titularidade Ivan e Guilherme, dois novatos.

Betão, o responsável pelo trabalho, deu um voto de confiança. Bancou o goleiro. O dérbi 199 deu reforço ao seu posicionamento, apesar do gesto titubeante no gol bugrino. Tudo compensado com uma série de defesas com alto grau de dificuldade.

Deixemos a arrogância de boteco de lado e sejamos francos: que moral nós, cronistas e torcedores temos em depreciar a linha de trabalho de Betão ou do próprio Ygor Vinhas? Que autoridade é essa que achamos possuir de querer ordenar que medidas sejam adotadas? Detalhe: sem qualquer conhecimento profundo. Só com base nos 90 minutos. Desprezando a rotina de treinamentos, reuniões e processos adotados.

Estamos lá? Participamos dos treinamentos? Assistimos as metodologias aplicadas por Betão? Sabemos em que estágio está o arqueiro?Temos noção do estágio psicológico do goleiro? Podemos cravar com convicção que o arqueiro não se abalou ou teve confiança trincada após tantos erros?

Deixo claro: podemos reclamar, chiar ou contestar. Dar o palpite ou opinião de quem está apto.  Agora, jamais podemos refutar, depreciar ou rebaixar  a decisão tomada de quem está no vestiário, no gramado.

Não podemos cometer assassinatos de reputação profissional. O mesmo Betão que transformou Ivan em um goleiro de seleção brasileira não pode ter o seu trabalho contestado neste instante de irregularidade.

Ygor Vinhas pode vir a falhar, decepcionar e ficar abalado nas próximas rodadas. É do jogo. Quando isso acontecer temos o dever apontar o que precisa ser corrigido e apontar caminhos. Nunca, jamais, colocar em xeque a seriedade, honestidade, honradez e competência dos envolvidos no processo. Isso vale para Betão e para Ygor Vinhas. Que os “haters” pontepretanos aprendam a lição. E deixam as pessoas corretas trabalharem em paz.

(Elias Aredes Junior)