Gilson Kleina não tem saída: só a pregação da união poderá neutralizar a mediocridade que trava a evolução da Ponte Preta

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Você tem direito de avaliar Gilson Kleina aquém do tamanho da Ponte Preta. Ou considerá-lo incompetente. O que não podemos ignorar é o fato do treinador, que faz sua reestreia amanhã contra o Vasco da Gama ser um profundo conhecedor da alma e dos problemas da alvinegra campineira.

Um de suas declarações na entrevista coletiva foi essa: “Quero dizer que a união da Ponte é o mais importante. Tentar fazer que todos acreditem no processo. Que os atletas representem o nosso torcedor. Que a gente possa jogar por eles, para trazer o torcedor novamente para o nosso lado. Gonzaguinha foi muito sábio ao dizer “Viver e não ter vergonha de ser feliz”. Vamos viver e ser feliz”, afirmou o treinador.

Quando prega por união, o treinador sabe do que diz e fala. Os trabalhos que ocorreram na Ponte Preta foram dinamitados por fatores externos ao campo.

Não falo apenas de embate político. De situação e oposição. Falo de questões internas. Pessoas que por vezes não aceitam serem meros coadjuvantes. Querem participar, dar pitaco e quando seus desejos não são atendidos passam a “catimbar” nos bastidores. Não ajudam e, se bobear, estes personagens constroem a trilha para atrapalhar o ambiente.

Tais figuras impõem dificuldades para o técnico construir autonomia, força autoral e domínio da situação do ambiente. Todos os treinadores passaram por isso. Todos. Relatos ouvidos por pessoas que acompanharam ou já estiveram no cotidiano do clube.

Se a Ponte Preta fosse uma novela, o autor teria que administrar os chiliques e ataques de estrelismo de atores que, no fundo, não passam de um Alberto Roberto de chuteiras. Canastrões da bola.

Kleina prega união não é com a meta solitária para construir um ambiente de harmonia. Sua pregação é para neutralizar e dinamitar a mediocridade, o ciúme, a disputa infrutífera ou a busca de um protagonismo que, no fundo, só beneficia o canastrão ávido por holofote.

Gilson Kleina deve nutrir a consciência de que para triunfar vai precisar vencer dois campeonatos: aquele disputado nas quatro linhas e que envolvem 19 oponentes e outro travado nos corredores e gabinetes do estádio Moisés Lucarelli.Haja paciência, competência e sorte para levar a medalha de ouro nesta segunda competição. Certamente a torcida da Ponte Preta torce por um final feliz nos dois certames.

(Elias Aredes Junior)