No Guarani de 2022, todo mundo discute e tem razão. Afinal, o elenco é de péssima qualidade

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O debate de segunda-feira do Brasil Esporte Clube, na Rádio Brasil foi quente. Acirrado mas com educação. Eu e o comentarista Vianna Junior apresentamos visões diferentes sobre o desempenho do Guarani contra o Novorizontino.

Vianna considerou que o sistema com três zagueiros apresentou falhas de marcação e que só não foram bem aproveitadas porque o ataque anfitrião não soube aproveitar. De minha parte considerei que mesmo com todas as falhas o esquema com três beques deve ser mantido diante da perspectiva de segurança pode conceder aos volantes.

Sim, eu sugeri anteriormente uma formação com quatro volantes e Giovanni Augusto adiantado no setor ofensivo ao lado de Bruno José. Mas é inegável pensar que agora Marcelo Chamusca está refém de uma estratégia de jogo que lhe concedeu uma vitória. Só um novo tropeço pode abrir espaço para mudanças. Se ele mudar a escalação para o jogo contra o CSA, as reclamações das redes sociais e arquibancadas será algo inevitável.

É um debate de muitas nuances e variações. Após pedir desculpas pelo meu excesso na defesa de minhas opiniões, em reflexões durante o periodo da tarde eu cheguei a uma conclusão: tanto eu como Vianna estamos certos. Não, não é querer ficar em cima do muro e agradar o companheiro de programa. É apenas uma conclusão óbvia: só buscamos alternativas porque a escassez de qualidade impera no Guarani.

E uma escassez cuja culpa deve ser direcionada apenas e tão somente ao Superintentende Executivo de Futebol, Michel Alves. Foram suas escolhas para a zaga e na posição de volante que geraram este caos defensivo no Guarani, com 13 gols sofridos em 12 rodadas. Cobertor curto com um buraco no meio.

É bom recordar para que ninguém fique perdido no tempo.

Thales e Carlão estavam longe de serem brilhantes ou serem detentores de virtudes incontestáveis. Mas são superiores a Derlan, João Victor, Ronaldo Alves e Ernando. Michel Alves Não conseguiu viabilizar uma reposição a altura e não teve a consciência de entender e compreender que valia mais a pena investir no certo do que apostar no incerto. Hoje, o Guarani paga um preço alto e amargo por sua decisão.

A presença de Rodrigo Andrade tem que ser entendida como um golpe do destino. O volante só retornou ao Guarani porque não encontrou o mercado desejado. Enquanto isso, Michel Alves, ele mesmo, apostou suas fichas em Madison, Silas e Leandro Vilela. Mesmo este último, de qualidade técnica superior aos companheiros não tem o perfil desejado.

Qual?

Não podemos esquecer. A melhor fase dele como de Indio foram com o Operário, quando este tinha pretensões de permanência na Série B. E a torcida do Guarani não quer apenas participar. Ela quer sonhar com o retorno à primeira divisão, uma sensação que não desfruta desde 2010.

Agora, pense. Reflita. Coloque-se no lugar de Marcelo Chamusca. Pense que ele tem a missão de encontrar 11 jogadores minimamente competitivos em um elenco de qualidade duvidosa.

Se ele optar por três zagueiros, a lentidão e a incompetência na marcação vão prevalecer. Se escolher atuar com um bando de volantes, a maioria não tem capacidade de dar um passe de 5 centímetros. Ele é pago para isso? Concordo.

Mas eu rebato com outro questionamento: você esperaria um prato requintado de um cozinheiro que tenha em mãos ingredientes de quinta categoria? É, não dá. É o mesmo caso de Marcelo Chamusca.

Moral da história: eu tenho um pensamento, Carlos Grigolon, Viana vai defender um ponto de vista e um conceito jamais será alterado por nenhum de nós: o elenco do Guarani foi pessimamente montado. Mesmo em um campeonato de qualidade técnica sofrível como o da Série B. O jeito é rezar. E torcer para que o pior não aconteça, que é uma visita inesperada a terceira divisão nacional em 2023.

(Elias Aredes Junior)