Rebaixamento da Ponte Preta: hoje é dia de choro, pranto, revolta e protesto. A reconstrução começa amanhã

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“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.

Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;

Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar;

Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar;

Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar;

Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora;

Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar;

Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz.

Eclesiastes 3:1-8

 

A vida não permite mistura de sentimentos. É preciso viver tudo de maneira isolada. Sentir de modo intenso para aquela experiência sirva como uma alavanca para continuar a viver e buscar os seus objetivos.

Hoje, para o torcedor pontepretano é tempo de pranto. De choro. De lamento. De ver a alma ser dilacerada por um inesperado rebaixamento à Série A-2 do Campeonato Paulista. Uma campanha decepcionante, pífia, cheia de erros e com culpados aos borbotões. Do passado e do presente.

Homens engravatados, ávidos por poder ou pessoas que não sentiram que o tempo passou e o futebol mudou. E que a modalidade pede novos procedimentos e medidas.

Mas do que adianta falar e enumerar erros e equívocos diante da dor gerada pela queda? Apontar culpados é justo, necessário e urgente. Mas não tira da alma do torcedor pontepretano a sensação de humilhação de cair para a segunda divisão do futebol paulista.

Um resultado com consequências negativas na parte esportiva e econômica. Afinal, a Alvinegra despede-se momentaneamente de uma cota de aproximadamente R$ 10 milhões. E as dividas permanecem. E precisam ser quitadas. Porque a Justiça Trabalhista e Cível exigem. Com razão.

Mas hoje, o torcedor pontepretano que lê esta crônica certamente imagina: e daí? Pagar as dividas irá tirar a ferida de minha alma? Vai amenizar a dor que dilacera meu coração? Não vai.

Pior: os dirigentes do presente e os do passado continuarão em sua saga de vaidade e autoconvencimento. Eles tem a razão. Só eles podem salvar a Ponte Preta.

Ledo engano. A Ponte Preta só será salva e redimida pela união de sua torcida. Sejam torcedores organizados ou não. A Macaca só vai experimentar a redenção se os milhares de torcedores que hoje nutrem ideias e conceitos e despejam no teclado, resolvam participar efetivamente na vida do clube. Com Humildade. Sem arrogância. Sem achar que um diploma universitário ou titulo de doutorado é a senha para uma carteirada que, no fundo, não trará nada ao clube e só produzirá prejuízos a instituição.

Hoje é dia de pranto. Hoje é dia de choro. Amanhã começa a reconstrução da Ponte Preta, um clube que é um símbolo de Campinas e o reflexo de um povo sedento em fazer sua própria história.

(Elias Aredes Junior-foto de Alvaro Junior-Pontepress)