Depois de muitas dificuldades nos últimos cinco anos de Série A2, o Guarani, enfim, conseguiu o sonhado acesso à elite do futebol regional. Com campanha de 11 vitórias, dois empates e quatro derrotas em 17 partidas, o Bugre eliminou o XV de Piracicaba na semifinal e atingiu seu grande objetivo.
Durante essa trajetória, o Alviverde teve que superar diversos obstáculos, como em qualquer conquista de superação. O Só Dérbi passa a limpo todos os problemas.
1. SAÍDA DE FERNANDO DINIZ:
Contratado no dia 1º de dezembro de 2017 para ser o comandante do Bugre no Estadual, o treinador recebeu proposta do Atlético-PR e, sem sequer ter estreado pelo Alviverde, deixou a equipe rumo à capital paranaense.
As competições disputadas pelo Furacão na temporada – Campeonato Paranaense, Série A, Copa do Brasil e Copa Sul-Americana – e a oferta financeira, certamente, convenceram o treinador.
2. DESCONFIANÇA SOB LOUZER:
Auxiliar técnico do Guarani desde o ano passado, Umberto Louzer foi efetivado após a saída de Diniz cercado de desconfiança da torcida. O técnico nunca havia comandado uma equipe profissional – seu único trabalho como treinador tinha sido em 2017, frente ao Paulista, na Copa São Paulo de Futebol Júnior. Na ocasião, levou a equipe de Jundiaí à semifinal da competição.
No entanto, o comandante teve estratégia, paciência, tirou lições dos vacilos cometidos nos primeiros jogos e conquistou o tão sonhado acesso.
3. COMEÇO IRREGULAR:
Após início com duas derrotas e uma vitória nas três primeiras rodadas da Série A2, a equipe campineira não conseguia fazer grandes apresentações e ter uma boa sequência. A partir da quarta rodada do campeonato, o Bugre embalou e venceu nove partidas até o final da primeira fase, empatou uma e perdeu apenas duas, garantindo a classificação na liderança geral.
4. SAÍDA DE WILLIAN ROCHA:
Um dos principais destaques da equipe, Willian Rocha começou a temporada atuando em alto nível, mas recebeu proposta do Nagoya Grampus (JAP) e acabou sendo vendido para a equipe japonesa na semana do jogo contra o Sertãozinho. Depois da negociação, Fernando Lombardi assumiu a posição e se tornou titular absoluto da equipe bugrina.
5. CONSTANTES FALHAS DE LUCAS KAL:
Desde dezembro passado, Lucas Kal esteve entre os 11 iniciais do sistema defensivo. O zagueiro atuou ao lado de Rocha e Lombardi, mas a falha no empate com o Rio Claro, em 1 a 1, em Campinas, no início de março, foi crucial para a perda da vaga – alguns vacilos anteriores também pesaram na opção de Louzer.
Kal, emprestado pelo São Paulo, foi substituído por Philipe Maia, livre das lesões e atual dono da posição.
6. OS PROBLEMAS DA LATERAL-ESQUERDA:
Se o torcedor for questionado sobre o ponto fraco do time, certamente tem a resposta na ponta da língua: a lateral-esquerda. O garoto Salomão foi titular nas duas primeiras rodadas – Oeste e Nacional -, mas não agradou e perdeu a vaga para Marcílio.
Vindo do futebol português, o camisa 6 assumiu o setor, mas foi irregular. Falhou no gol do XV de Piracicaba, na única derrota dentro do Brinco de Ouro, e não foi bem no jogo que confirmou o acesso.
7. A MORTE DE WALLACE:
O momento mais delicado no extracampo. O goleiro foi vítima de um acidente automobilístico na Rodovia dos Imigrantes, na altura da cidade de Limeira, quando viajava para Ribeirão Preto, sua cidade natal, em folga geral do elenco. No dia anterior, o Guarani havia vencido o Água Santa em Campinas e o camisa 12 foi opção no banco de reservas.
O sepultamento, realizado no dia seguinte, contou com a presença de membros da diretoria, comissão técnica e alguns jogadores.
(texto e reportagem: Eduardo Martins e Lucas Rossafa/foto: Letícia Martins – Guarani Press)