Análise: E agora? Como fica o consumidor de futebol com a Medida Provisória que altera a venda de direitos de TV?

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Considero que a Medida Provisória que altera a comercialização dos direitos de transmissão no futebol brasileiro pode representar uma mudança e tanto nas relações de consumo no Brasil. Lógico, desde que não ocorra qualquer modificação e discussão no Congresso Nacional.

A lei é um ganho e tanto para o torcedor de futebol dos times gigantes e uma perda tremenda para quem é fã da modalidade.

Explico.

Na minha concepção, o torcedor de futebol é aquele que tem um time. Gosta e torce por ele. E faz a economia da bola girar. Especialmente entre os 12 principais clubes do Brasil. Para ele, que gosta apenas de acompanhar a sua camisa, talvez seja uma benção. Basta acompanhar ou assinar um serviço de streaming e pronto. E dane-se o resto do mundo. Pode gerar mais proximidade. Em contrapartida, alguns clubes médios e pequenos podem sofrer sérias restrições financeiras. Pois não tem um contingente de torcedores capaz de gerar recursos.

Existe o fã de futebol. Quem é? É aquele que assiste todo e qualquer jogo e consome jogos, programas esportivos e todo produto derivado.

Hoje, ele paga uma televisão por assinatura, o Pay per view e sua vontade é plenamente satisfeita. De domingo a domingo, ele tem jogos das Séries A e B a sua disposição. Caso a Medida Provisória vingue, os jogos podem ser pulverizados de tal forma que seu consumo ficará seriamente comprometido. Afinal, se o mandante vende o seu jogo, que interesse ele terá em fazer parte de pacotes com mais clubes? Pois é.

Perceberam como o tema é complexo? Que muitos atores serão atingidos? E como fazer isso a toque de caixa e sem qualquer discussão? É, ouvir os outros deixou de ser qualidade no Brasil.

(Elias Aredes Junior)