Análise Guarani: às vezes aquilo que é correto dá errado. E produz perda do foco naquilo que interessa

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Um pouco de prudência é bem vindo quando analisamos o desempenho do Guarani no empate com o Figueirense. Você, torcedor bugrino, tem todo o motivo para se lamentar. Uma vitória deixaria a equipe a três pontos do grupo de classificação. Decepção justa.  Só não podemos perder de vista concepções e roteiros já previamente determinados pelo destino.

Nenhum torcedor poderá negar que alguns jogadores, em condições normais são limitados. Não entregam tudo aquilo que é necessário para uma competição do porte da Série B. Percebe-se que o time atua em rotação máxima.

Longe de dizer que tal atleta é limitado. Nada disso. Até porque já assegurou pontos preciosos. Mas Gabriel Mesquita, aos 22 anos, ainda é um goleiro em formação. Pode cometer falhas e resoluções erradas, como a que culminou no pênalti aproveitado pelo Figueirense. De quebra tomou o cartão amarelo e está fora do próximo jogo.

Tenho como critério agora analisar a proposta do treinador e não aquilo que considero ideal. Não ministro treinamentos, não acompanho o dia a dia do vestiário e por isso seria loucura encarnar o papel de “professor pardal”.

Dito isso, apesar dos jogadores serem outros, Felipe Conceição quis fazer contra o Figueirense o que fez diante do Confiança: controlar o jogo e evitar o desgaste físico. Certamente ele se preocupou não com o jogo em si mas sim com o dia seguinte.

Explico: quem conhece minimamente o processo de treinamento de uma equipe de futebol profissional sabe que ela é dividida em três partes. Na primeira busca-se a regeneração da parte muscular dos atletas em virtude que o esforço feito no jogo provoco micro lesões nos jogadores que participaram dos 90 minutos. Por isso a necessidade da imersão em piscina de gelo, entre outros procedimentos.

Após 48 horas o cansaço gerado pela partida é extremo. Resultado: não dá para forçar. Volta-se ao gramado na quarta ou quinta-feira sem o aprimoramento dos erros que aconteceram no jogo anterior.

O que pretendia o técnico do Guarani? Evitar uma fadiga ainda maior e provocar um cansaço extremado na terça-feira e que se refletiria na partida contra o Sampaio Côrrea. E não esqueça: existe o cansaço da viagem, o desgaste mental pelo deslocamento, exigência de resultados, entre outros problemas. Não deu certo? Não deu. Paciência. Era o correto.

Preocupação  foi produzida pelo se verificou nos minutos finais contra o Figueirense. Uma equipe que fugiu em alguns momentos do seu posicionamento tático e deu espaço ao time catarinense. Que não aproveitou. Que isso não se repita em São Luiz. Pode ser fatal.

(Elias Aredes Junior- foto de Thomaz Marostegan-Guaranipress)