Futebol é dinheiro. Ponte Preta e Guarani vão aproveitar as oportunidades oferecidas?

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De responsabilidade do economista César Grafietti, todos os anos é divulgado um relatório sobre as condições financeiras e administrativas do do futebol brasileiro. Não foi diferente em 2023. De autoria do coletivo Convocados e de responsabilidade da Galapagos Capital, o documento de mais de 270 páginas é um retrato do quadro reinante no futebol brasileiro e de suas finanças.

Para quem queira conhecer o quadro de alguns clubes da Série B, o relatório traz números de Chapecoense, Sport, Guarani, Ponte Preta, Vila Nova e Novorizontino. Neste grupo, o rubro negro pernambucano teve a maior receita em 2022 com R$ 77 milhões. A Ponte Preta é a segunda colocada com receita de R$ 44,7 milhões. O Guarani ficou com a quarta posição com R$ 30,3, quantia bem atrás da Chapecoense , que arrecadou R$ 35 milhões. Se verificarmos os números frios, a diretoria do Guarani pode até comemorar. Teve quase um terço a menos de receita que a Ponte Preta e ficou à frente da rival. Já a Ponte Preta, assim como o rubro negro pernambucano, não conseguiu fazer mais com menos.

Estamos em 2023. Penso nas possibilidades de expansão oferecidas pelo mercado. Esqueça por um momento SAF. A pesquisa dá dados de que o futebol ainda é um produto rentável e pode oferecer espaço para que equipes médias e pequenas possam avançar e melhorar as suas receitas. Um quadro, que, lógico, se encaixam Ponte Preta e Guarani.

Basta dizer que de 2006 a 2019, de acordo com o trabalho, os fãs de futebol não ultrapassavam o patamar de 64%. No ano passado, este índice fechou em 82%. Para incrementar o rol de oportunidades, basta dizer que 85% dos entrevistados consomem futebol em alguma mídia. Perfil dos torcedores? Um contingente de 47% do total tem entre 16 a 34 anos, considerado o filé mignon do mercado publicitário. Outros 41% têm de 35 a 54 anos enquanto que 12% dos brasileiros que gostam e consomem futebol têm acima de 55 anos.

O veículo preferido é a TV aberta com 65%. Uma prova de que está longe do dia de que as emissoras perderão a preferência na negociação dos direitos de transmissão. Outros 63% consomem pelas redes sociais, 56% de modo online, 45% nas televisões de assinatura, enquanto que o rádio tem 22% e os podcast ostentam 19%.

E os clubes recebem de bandeja um dado precioso no relatório: 73% das pessoas entrevistadas afirmam que lembram das marcas que patrocinam os seus clubes do coração. Qual lição fica? Simples. Ponte Preta e Guarani podem explorar e arrecadar ainda mais. Basta querer.

São muitos números, enfoques e nuances transmitidos pelo relatório. Um fato, entretanto, é inequívoco: o futebol está cada vez mais moderno. Mais profissional. Mais meticuloso. A formação acadêmica e cientifica não é mais luxo, é necessidade. Tomara que Ponte Preta, Guarani e suas diretorias acordem para este quadro tão óbvio.

(Elias Aredes Junior- com foto de Arquivo/CBF)