Guarani, uma casa desmanchada a céu aberto

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Vinicius de Moraes foi um gênio da cultura popular. Toquinho foi seu parceiro de vida e de música. Fizeram obras primas para todos os públicos. Uma delas é a “A Casa”, que chegou a fazer parte de especial transmitido na Rede Globo. A musica brincava com o fato de que nenhum cômodo estava em pé. E conclui maneira bem humorada que a residência está na Rua dos Bobos número Zero. Uma casa que não existe. E que se desmancha na imaginação.

Casas e outros objetos e processos podem se desmanchar. Como o atual elenco do Guarani. Que já é feito, no máximo, para segurar uma posição intermediária nas competições em que participa. Ali tudo parece querer se desmanchar. Luciano Castan era peça essencial na defesa e agora vai vestir as cores do Cruzeiro. Richard Rios foi o principal destaque bugrino no Campeonato Paulista e agora é ambicionado por vários clubes. Fica pela sua escolha: Red Bull Bragantino, Internacional, Palmeiras. Em resumo: será muito dificil segurá-lo.

Para completar o rol de péssima noticias, a renovação de contrato de Giovanni Augusto ganhou um novo tempero com o possível interesse do Vitória. Sem contar a saída do goleiro Mauricio Kozlinski. Tem Bruno José? Verdade. É como uma porta erguida em uma casa sem paredes. Sem uma busca de jogadores de qualidade a casa bugrina irá pelos ares.

Uma pergunta deve ser feita: André Marconatto está preparado para este desafio? Sim, Rodrigo Pastana é o comandante do futebol e por ele passam as contratações e a definição do próximo treinador. Apesar de ser um Conselho de Administração, a palavra é do presidente.

E a ele caberá responder algumas perguntas.

A primeira é simples.

Qual o objetivo do Guarani?

Lutar pela manutenção?

Ficar focado na luta contra o rebaixamento?

Ou buscar o acesso?

E se a meta for a busca do pelotão de elite de onde será tirado o dinheiro para viabilizar um elenco com mais opções?

Neste momento em que tudo parece desabar ao redor, o torcedor bugrino merece um esclarecimento daquilo que ele pode esperar de seu time.

Não dá mais para conviver com o eterno filme vivido pelo Guarani na Série B. Ou seja, um primeiro turno para cair e um segundo turno de acesso.

Acredito que o melhor caminho seria a de buscar uma efetiva aparição da realidade.

Hoje, o Guarani está atrás em termos financeiros de equipes como Atlético-GO, Ceará e Sport.

Eles convivem com dívidas? Verdadeiro. Mas por um motivo ou outro eles dispôem de uma capacidade para contratar bem mais ampla.

Se for comparar com uma casa, eles não moram em mansões. Moram em locais aconchegantes. Como o Guarani superar isso? O que ele fará para brigar de igual para igual? Essa é a resposta a ser dada por André Marconatto e por Rodrigo Pastana a partir do dia 14 de abril, quando o Guarani estreia contra o Avaí no Brinco de Ouro.

Que o Guarani consiga construir uma casa consistente na Série B. Para afastar o risco de morar de aluguel na Série C.

(Elias Aredes Junior-com