Ponte Preta, Guarani e ética da vida que deveria servir ao futebol

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A Ponte Preta empatou com o Novorizontino e agora depende de um empate contra o Santo André para seguir à próxima fase do Campeonato Paulista. Se no gramado o resultado foi ruim, no campo da ética não poderia existir resultado melhor.

Se tivesse vencido e assegurado a classificação, certamente o técnico João Brigatti seria pressionado a escalar reservas ou até os jogadores do Sub20 inscritos para a competição. Menos mal. Terá que entrar em campo para vencer e continuar na luta por uma vaga da próxima fase da Copa do Brasil.

Existem dois lados da questão.

O primeiro é que podemos classificar como vergonha o Guarani depender do principal rival para se salvar. Detalhe: um time que alardeava no começo da temporada que a classificação às quartas de final era obrigação. Protagoniza um vexame sem precedentes. Mesmo se escapar do rebaixamento – que é o esperado por todos os torcedores- o Guarani tem um desempenho para envegonhar. Que os responsáveis sejam cobrados.

Agora, a defesa de alguns torcedores da Ponte Preta em querer entregar o jogo suscita uma discussão: como posso querer um país melhor, sem corrupção, desvios de conduta, se eu quero que meu time do coração tenha uma conduta antidesportiva? O que justifica? Rivalidade? Ora, o principal objetivo da Macaca já foi alcançado, que é a de possuir quase o triplo de pontos do Guarani. No mesmo grupo.

A pontuação escancara o básico: a Macaca pode ter feito apenas o trivial mas é infinitamente superior ao trabalho do oponente. Só que isso não justifica rasgar o preceito da ética e da decência e jogar tudo para o alto. “Ah, mas teve torcedor bugrino que teve identica postura em outras ocasiões”. Digo: esteve errado também.

Rivalidade deve ter como base o melhor desempenho e nunca quem é mais esperto. A ética da vida vale para o futebol. Sempre.

(Elias Aredes Junior-Foto de Arquivo-CBF)