Você ouviu diversas versões a respeito da confusão ocorrida na saída do estádio Moisés Lucarelli após o empate por 3 a 3 entre Ponte Preta e Vitória. Os armadores João Paulo, Camilo e o goleiro Ivan teriam sido agredidos ou na versão de alguns apenas sofreram ameaças.
Autores? Pouco importa. O fato se consumou? Investigações vão dizer. O cerne da questão é única: os manifestantes nem deveriam encontrar-se ali.Estamos em tempos de pandemia e isolamento social. Só por esse aspecto as críticas aos torcedores seriam merecidas.
Somar dois pontos em nove disputados é decepcionante. Quem acompanhou este Só Dérbi e suas análises já sabia de antemão que poderia ocorrer. Isso não quer dizer que damos autorização para o afrouxamento da cobrança.
Nada disso. Desde que não seja com violência, seja verbal ou física, o torcedor tem o direito de fazer. O problema é que até nisso os torcedores/manifestantes erraram. Grosseiramente. Os jogadores não devem ser alvo de criticas. E nem o técnico João Brigatti. Este troca o pneu com o carro em andamento.
Os culpados pelo quadro tem nome e sobrenome: Sebastião Arcanjo, Gustavo Bueno, Vanderlei Pereira e Sérgio Carnielli. Todos integrantes do Colegiado de futebol, que patrocinou um festival de erros em 2020.
Se o Tiãozinho formou o colegiado para definir as diretrizes do futebol podemos dizer em alto e bom som que o quarteto é autor de equívocos como a manutenção de Gilson Kleina. Os sinais emitidos não eram satisfatórios e insistiram na premissa. Fruto amargo: junto com o técnico, o quarteto avalizou a politica de contratações desastrosas na virada do ano.
Não perca tal preceito de vista. Camilo, Neto Moura, Rhayan, Luizão, Ernandes, Luiz Oyama, Osman e Matheus Peixoto só foram contratados durante a pandemia porque a leva inicial de contratação foi um retumbante fracasso. Ou alguém ficou feliz com o desempenho de Bruno Reis?
Ou Wellington Carvalho agradou em todos os jogos? E a irregularidade de Dawhan? Todos esqueceram? Que ninguém se iluda: a quarta colocação no Paulistão foi fruto muito mais da pobreza técnica do campeonato do que pela capacidade técnica da equipe. Brigatti fez aquilo que deveria dentro daquilo que tinha à disposição. Agora precisa recomeçar o trabalho do zero. Tem erros? Sim, e serão abordados oportunamente. Mas o vexame antes da pandemia e o inicio irregular na Série B tem os digitais daqueles que vestem terno e gravata.
E a pergunta chave: quem avalizou tudo isso? Quem vendeu que o planejamento estava correto? O quarteto citado anteriormente. Alguns participam de reapresentação do elenco em pleno domingo e fazem discurso e cara de paisagem. Como se não tivessem responsabilidade no enredo. Tem. E muita.
Este Só Dérbi apoia a campanha espontânea dos torcedores nas redes social em prol do elenco. Correto. Demonstração de consciência. Só que não podemos esquecer destes quatro nomes: Sérgio, Vanderlei, Sebastião e Gustavo. Eles são os atores principais de um planejamento para o futebol que está mais para circo mambembe do que para um trabalho de excelência. Infelizmente.
(Elias Aredes Junior)
