Prefeitura de Campinas planeja liberação de público nos estádios. Vai dar certo?

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O prefeito de Campinas, Jonas Donizete, anunciou nesta segunda-feira, dia 27 um plano para liberação das atividades de comércio e de entretenimento. Apesar de encontrar-se sem definição de volta e provavelmente com portões fechados, os estádios Brinco de Ouro da Princesa e Moisés Lucarelli já sabem que, quando acontecer a liberação de público, as regras serão rígidas.

Cinemas, estádios e teatros poderão abrir com regras de distanciamento, desde que sejam utilizados até 30% da capacidade, com recomendação do uso de máscaras.A estimativa é que todo o plano seja colocado em prática em um prazo de até 42 dias. E já está claro: se existir aumento de casos na cidade e o sistema de saúde for estrangulado, tudo volta para a estaca zero. Ou seja, recomendação de quarentena e tudo fechado.

No que se refere ao esporte, no fundo, no fundo, a decisão foi a seguinte: como as equipes campineiras não ocupam toda a capacidade de seus estádios, na prática, aqueles que já frequentam essas praças esportivas devem tomar cuidado. Ou seja, usar máscaras e promover o distanciamento.

Basta checar os dados. No ano passado, a Macaca teve média de público de 3654 pagantes por jogo, o que dá 20% de taxa de ocupação do estádio Moisés Lucarelli. No Guarani, a média de público ficou em 3261 torcedores por partida, o que dá 17% de ocupação do Brinco de Ouro. Ou seja, ainda cabe torcedor pois é permitida a utilização de 30%. Desde que com máscara e cuidados necessários como a presença de álcool gel em locais acessíveis. Duro é saber se os torcedores vão obedecer o distanciamento na hora do gol. Mas isso deixamos para analisar em outro instante.

(Elias Aredes Junior- foto de Carlos Bassan-Assessoria de Comunicação da Prefeitura Municipal de Campinas)

Complemento: o jornalista Thiago Varella, gerente de conteúdo da Rádio Brasil não teve medo em colocar dúvidas sobre a validade de implantação de tal flexibilização. Suas perguntas são pertinentes. Decidi reproduzi-las porque são antes de tudo uma prestação de serviço. E o responsável por este portal espera que o prefeito responda tais questionamentos. Seguem as perguntas:

-Os números baixos não são consequência da quarentena?

– Caso seja, por que, então, reabrir o comércio?

– A curva de crescimento do número de casos achatou?

– Se não vai haver multas para quem não tiver cuidados, a Prefeitura está apenas confiando no bom senso da população para permanecer distante 2 metros uns dos outros?

– O secretário de saúde afirmou que a distensão pode fazer com que o número de casos aumente. Não é arriscado demais?

– O prefeito disse que a experiência da cidade pode servir de teste para outros locais. Fazer teste com a saúde da população e, eventualmente, com a vida humana é prudente?

– O prefeito também disse que, se for necessário, pode suspender o plano e adotar medidas de isolamento obrigatório. Mas, se a doença pode ficar encubada por até duas semanas, a explosão de casos que pode ocorrer por causa do relaxamento de medidas não vai acontecer tarde demais para voltar atrás?

– Por que a Prefeitura não recorreu a especialistas externos, como cientistas, professores e médicos, que estão trabalhando em pesquisas sobre a Covid? Campinas tem 3 faculdades de medicina (Unicamp, PUC Campinas e Mandic).

– O prefeito disse que pediu autorização ao governador João Dória para reabrir o comércio antes do proposto pelo Estado, mas que não obteve resposta até agora. Por que então divulgar antes dessa resposta?

– O prefeito também afirmou que quem quiser pode continuar adotando medidas de isolamento. Mas, se o empregado quiser seguir em casa com medo da Covid e o patrão quiser reabrir o negócio, como adotar a quarentena por conta própria?

 

1 Comentário

  1. O Guarani pelo menos precisa reabrir logo, poruqe tem muitas DIVIDAs pra serem pagas, e se demorar muito vao ter que fechar as portas e viverem na Fumacinha ilusória baseada no Titulo de 40 anos atras