O que você espera de um super herói? Poderes magicos? Força descomunal? Inteligência acima da média? Ou a coragem que está ausente nos pobres mortais? O mundo dos quadrinhos tem personagens para todos os gostos e tipos. Tem o playboy Bruce Wayne que vira Batman. Existe o Superman, dotado de superpoderes.
Ou ainda uma constelação de herois que fazem parte dos vingadores: Homem de Ferro, Thor, Hulk, Homem Aranha, Mulher Escarlate, Gavião Arqueiro…Eles arrastam multidões aos cinemas.
Temos ainda os herois do cotidiano. Os bombeiros, capazes de serviços e tarefas essenciais a sociedade e que não fica apenas na tarefa de apagar incêndios. Enfermeiros e médicos que travam uma batalha silenciosa contra moléstias e doenças devastadoras.
E no esporte? Ah, é o espaço preferido dos super herois. Um gol no ultimo minuto, uma defesa milagrosa, um corte precioso em cima da linha…Tem roteiro para todo gosto.
Hoje, nesta terça-feira, dia 06 de setembro, o Guarani vai precisar de um super herói. Qualquer um. Seus poderes tem que ser exercidos de maneira simples: um chute bem colocado, um cabeceio mortal, um drible mágico nas imediações da área e um gol salvador. Uma vitória redentora.
Parece exagero o cenário traçado? Nem tanto. Senão vejamos: o Guarani está zona do rebaixamento e ganhou apenas um jogo fora de casa. Tem um confronto direto contra um adversário que também luta contra o rebaixamento. E que vai lotar as arquibancadas. Não quer deixar escapar os três pontos.
Os dois clubes estão nivelados por baixo também em alguns quesitos. O Vila Nova é o segundo pior mandante com 16 pontos somados em 14 partidas enquanto que o Guarani somou apenas oito pontos como visitante em 13 confrontos.
Dá para cravar que uma vitória do Guarani pode representar uma virada de tendência e de ânimo na competição. Pode ser o doping emocional que faltava para acreditar na permanência na Série B.
Primeiro porque vai ganhar de um concorrente direto pela permanência. Em segundo lugar porque terá vencido não somente um oponente na luta pela permanência como também vencerá um retrospecto ruim em Goiânia.
Em 13 jogos realizados em Goiânia contra o Vila Nova, são três vitórias, seis empates e quatro derrotas. Vencer equilibra o confronto e dá um combustível e tanto para a rodada seguinte, contra o Operário, fora.
Uma pergunta salta aos olhos: quem pode fazer o papel de heroi ou de redentor com a camisa alviverde. Bem, o goleiro Mauricio Koslinski será, na pior das hipóteses, um coadjuvante de luxo.
Sim, porque se o Guarani conseguir uma vitória ou empate certamente as defesas do arqueiro bugrino terão uma participação decisiva. E quem vai botar a bola na rede? A priori o único candidato é Giovanni Augusto, seja na bola parada ou por intermédio de uma jogada individual.
Evidente que Yuri seria um belo candidato após os gols anotados diante de Tombense e Sampaio Correa. É dificil, entretanto, acreditar que o técnico Allan Aal, adepto de uma segurança defensiva por vezes até excedente não vá procurar marcar o lateral-esquerdo Jamerson, autor de cruzamentos perigosos completados pelo atacante.
Empate é bom resultado? Em conjuntura e temperatura não há duvida. Mas o Guarani não vive uma temperatura normal. Vive a perspectiva de disputar a terceira divisão nacional em 2023. Não tem saída. Precisa vencer para mudar o astral e começar a derrubar a matemática.
Pelo site Chance de Gol o risco de queda é de 65,4%. Para o matemático Tristão Garcia, o quadro vivido pelo Guarani é pior pois o risco é de 73%. De acordo com o Departamento de matemática da Universidade Federal de Minas Gerais, o índice de risco é de 65,4%.
Cá entre nós: para inverter esse quadro, só um super herói para dar jeito. Que a torcida bugrina viva um final feliz.
(Elias Aredes Junior-com foto de Thomaz Marostegan-Guarani F.C)
