Análise Especial: Revisões sobre o titulo mundial de 1994

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As reprises de jogos da Seleção Brasileira tem sido uteis para reavaliarmos posições. A conquista de 1994 merece algumas considerações:

1-Carlos Alberto Parreira é um injustiçado. A equipe liderada por Dunga no gramado talvez seja a mais disciplinada taticamente que vestiu amarelinha e sagrou-se campeã. Mauro Silva atuou como um terceiro zagueiro e formou um paredão. Dunga, apesar de não ser um armador típico, o treinador brasileiro achou um meio termo: posicioná-lo na zona intermediária e assim tentar o passe de média distância para aproveitar a velocidade de Bebeto e Romário. A obsessão pela posse de bola não era apenas uma estratégia defensiva e sim um caminho para quebrar a volúpia de qualquer oponente. Um trabalho com começo, meio e fim. Merece um lugar melhor na história.

2-O Brasil merecia vencer o jogo contra a Itália. Controlou o jogo, criou as melhores oportunidades e deu poucas brechas para a Itália.

3-Cafu tem seu valor na história do futebol brasileiro. Em 1994 era claramente um atleta em desenvolvimento. Tinha só força e velocidade. Mas conseguia pensar o jogo. Em 2002, mostrou futebol mais consistente.

4-Falamos de Oscar, Luizinho, Mauro Ramos de Oliveira…Que zagueiro espetacular era Aldair! Técnico, preciso, atento nas coberturas e com lideranças para coordenar o posicionamento.

5-Sabia armar ou abrir espaço aos companheiros; arrancadas que deixavam os oponentes desnorteados. Cobrança de pênalti quando não tinha treinado. Romário, em termos de protagonismo, só rivaliza com Garrincha em 1962. Mas o melhor em campo foi Dunga. Por incrível que pareça.

6-Pela frieza e colocação debaixo dos três paus, Taffarel foi um gigante. Talvez um dos melhores da história do futebol brasileiro.

7- Equipe exibiu um preparo físico espetacular nos sete jogos. Até na final. O desgaste era para ter sido maior. Moraci Santana é o autor deste trabalho impecável.

8- Jogar daquela maneira era vital. Necessário. Sem tal estratégia, talvez o Brasil ficasse na fila mais um tempo. E a conquista de 1994 abriu portas para a confiança necessária para chegar a final na Copa da França e depois conquistar o pentacampeonato.